O amor na Dor
Vereadora eleita em São Paulo
com 50 mil votos, a apresentadora de tevê Sônia Francine,
a Soninha, relata os 18 dias em que a filha Júlia, de
7 anos, ficou internada por causa de uma leucemia e
narra a batalha das duas pela cura |
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O Itaci não tem cheiro nem clima de hospital. São 17 leitos e uma área de recreação com escorregador, quebra-cabeça, brinquedos, computadores, televisores, DVD. Lá, o tratamento vira uma pausa na diversão. Júlia, em poucos dias, desdenhava para esticar o braço e receber transfusão de sangue e plaquetas, que previnem hemorragias – ela estava com 22 mil plaquetas, o normal é 250 mil. Um dia, disse aos pais, que se revezavam para dormir com ela: “Vocês vão jurar que, quando eu precisar de hospital, irão me trazer para cá”. Levou cinco dias para Soninha saber a gravidade da leucemia. Júlia tem um tipo de leucemia mielóide aguda. É comum em adultos e atinge crianças em apenas 20% dos casos. Dos sete subtipos dessa doença apenas um não exige transplante de medula, justamente o de Júlia. Suas chances de cura, que seriam de 25% a 30% sem transplante, passaram para 70%. Antes de saber se o transplante seria necessário, uma médica perguntou se Júlia tinha irmãos. Eu disse que ela tinha duas meias-irmãs, do meu primeiro casamento. A médica fez uma careta, do tipo: ‘Não serve’. Na hora, pensei: por que não tive outro filho com o Marcelo?’. O banco de doadores de medula óssea tem 80 mil cadastrados. A chance de compatibilidade é de 1 em 1 milhão. Ou seja, a minha chance de achar um doador compatível para Júlia era de 0,08. Até eu saber que ela não precisaria de transplante, eu pensava: ‘Será que, se eu tiver filho agora, ajuda?’. Pensei em ter outro filho, lógico! O início do tratamento é uma fase crítica e poderia provocar uma hemorragia ou uma trombose. Minha filha correu risco de morte.’’ Júlia colocou um cateter e recebe um remédio (ácido retinóico) que faz a célula cancerígena voltar a ser sadia. “Ela também já fez uma sessão de quimioterapia para matar células doentes. E fará outras durante 2 anos”, diz o oncologista pediátrico Vicente Odone Filho, do departamento de pediatria da Universidade de São Paulo. A doença de Júlia atropelou um momento que deveria ser só de felicidade para Soninha. No domingo 3, nove dias após o diagnóstico, ela foi eleita vereadora em São Paulo com 50.989 votos. Naquela manhã, ela votou cedo e foi para o hospital, onde passou o dia. A gente vê alguma coisa pela tevê, mas de vereador ninguém fala. O médico veio me contar no quarto. Entrou e disse: ‘Parabéns! Os números são muito bons!’ Falei: ‘Do exame?’ Afinal, todo dia tem exame. E ele: “Não, da internet. Já tem 95% das urnas apuradas e você está dentro, parabéns”. Fiquei feliz com a eleição e a Júlia também ficou superfeliz.’’ Das 250 pessoas presentes na festa do Dia das Crianças no Itaci, Júlia era uma das poucas crianças que não perderam os cabelos por causa da quimioterapia. Com máquina fotográfica na mão, registrando cada sorriso da filha, que assistia a uma apresentação de balé, Soninha conta que certo dia perguntou a Júlia se ela gostaria de cortar o cabelo um pouco mais curto. “Ah, mãe, deixa eu aproveitar o cabelo enquanto eu tenho”, respondeu a menina. Em duas semanas, porém, o cabelo de Júlia começará a cair.
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Manuela Freitas, é uma garotinha linda que desde abril de 2010, foi diagnosticada com Tumor de Wilms, um tipo raro de Câncer Infantil que geralmente aponta na primeira infância (até os 7 anos). Durante 1 ano e 10 meses de tratamento, passou por 3 cirurgias, 21 sessões de radioterapia, centenas e centenas de quimioterapia, transfusões de sangue e plaquetas. Este BLOG foi criado para trocarmos informações com outras pessoas que também vivem esta dura realidade que é o CÂNCER. Que Deus os abençoe.
domingo, 12 de fevereiro de 2012
O Amor na DOR
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